Como funcionam os Certificados de Operações Estruturadas

Os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) emergiram como uma alternativa sofisticada no mercado financeiro brasileiro.

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Como funcionam os Certificados de Operações Estruturadas

Nesse sentido, combinando flexibilidade, potencial de retorno e proteção em um único produto.

Contudo, sua complexidade pode intimidar investidores menos experientes.

Afinal, como funcionam esses instrumentos que prometem equilibrar risco e recompensa?

Este artigo explora de forma detalhada o funcionamento dos COEs, oferecendo uma visão clara, exemplos práticos, uma analogia elucidativa, estatísticas relevantes e respostas às dúvidas mais comuns.

Nosso objetivo é desmistificar os Certificados de Operações Estruturadas, mostrando como eles podem se encaixar em uma estratégia de investimentos.

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O que são Certificados de Operações Estruturadas?

Para começar, os Certificados de Operações Estruturadas são instrumentos financeiros híbridos que combinam elementos de renda fixa e renda variável.

Emitidos por instituições financeiras, como bancos, os COEs permitem que o investidor tenha exposição a ativos diversos como ações, índices, moedas ou commodities sem precisar adquiri-los diretamente.

Em essência, eles são contratos que oferecem retornos atrelados ao desempenho de um ativo subjacente, com estruturas que podem incluir proteção total ou parcial do capital investido.

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Diferentemente de outros investimentos, como ações ou fundos, os COEs têm uma data de vencimento definida e cenários de retorno previamente estabelecidos.

Isso significa que, ao investir, você sabe exatamente quais são os possíveis ganhos ou perdas, dependendo do comportamento do ativo subjacente.

Por exemplo, um COE pode oferecer 100% do capital protegido caso o índice Ibovespa caia, mas pagar um retorno de 150% da valorização do índice se ele subir.

Essa previsibilidade é um dos fatores que atraem investidores que buscam diversificação com controle de risco.

Além disso, os COEs são regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil, garantindo transparência e segurança jurídica.

No entanto, a complexidade das estruturas exige que o investidor entenda os termos do contrato, como o prazo, o ativo subjacente e os cenários de ganho ou perda.

Assim, antes de investir, é fundamental analisar o Documento de Informações Essenciais (DIE), que detalha todas as condições do produto.

Como funcionam os Certificados de Operações Estruturadas?

Como funcionam os Certificados de Operações Estruturadas

Agora que entendemos o conceito, vamos explorar o funcionamento dos Certificados de Operações Estruturadas.

Em termos simples, um COE é um “pacote” financeiro que combina derivativos (como opções e futuros) com uma estrutura de capital garantido ou parcialmente garantido.

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O banco emissor utiliza esses derivativos para criar cenários de retorno baseados no desempenho de um ativo, como o índice S&P 500 ou o preço do ouro.

O investidor, ao comprar o COE, está essencialmente apostando nesses cenários.

Por exemplo, imagine um COE com proteção total de capital e atrelado ao índice Nasdaq.

Se, no vencimento, o índice tiver valorizado 20%, o COE pode pagar 100% dessa valorização, ou seja, um retorno de 20% sobre o capital investido.

Caso o índice caia, o investidor recebe de volta o valor inicial aplicado, sem perdas (mas também sem ganhos).

Essa estrutura é atraente porque limita o downside, mas o upside pode ser igualmente limitado, dependendo do contrato.

Alguns COEs, por exemplo, estabelecem um teto de ganho, como 30%, mesmo que o ativo subjacente suba mais.

Outro aspecto crucial é a tributação. Os COEs seguem a tabela regressiva de Imposto de Renda, com alíquotas que variam de 22,5% a 15%, dependendo do prazo do investimento.

Além disso, eles não possuem cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o que significa que o investidor está exposto ao risco de crédito da instituição emissora.

Portanto, escolher um banco sólido é tão importante quanto entender a estrutura do COE.

Tabela:

CaracterísticaDescrição
Ativo SubjacenteÍndices, ações, moedas, commodities ou outros ativos financeiros.
Proteção de CapitalTotal (100% do capital garantido) ou parcial (parte do capital garantido).
PrazoDefinido no contrato, geralmente de 1 a 5 anos.
TributaçãoTabela regressiva de IR (22,5% a 15%).
RiscoRisco de crédito do emissor; sem cobertura do FGC.

Vantagens e riscos dos COEs

Imagem: Perplexity

Uma das maiores vantagens dos Certificados de Operações Estruturadas é a possibilidade de acessar mercados complexos sem a necessidade de conhecimento técnico avançado.

Por exemplo, um investidor que deseja ganhar com a valorização do euro frente ao real, mas não quer operar no mercado de câmbio, pode adquirir um COE atrelado a essa relação.

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Essa acessibilidade democratiza investimentos antes restritos a grandes players, como fundos de hedge.

No entanto, os COEs não são isentos de riscos.

Além do risco de crédito do emissor, há a questão da liquidez.

Diferentemente de ações, que podem ser vendidas a qualquer momento, os COEs geralmente não têm mercado secundário ativo, o que significa que o investidor precisa esperar o vencimento para resgatar o capital.

Segundo dados da CVM, em 2023, o volume de emissões de COEs no Brasil atingiu R$ 15 bilhões, mas apenas 5% dos investidores resgataram antes do vencimento, destacando a baixa liquidez.

Além disso, a complexidade pode ser uma armadilha.

Muitos investidores são atraídos por promessas de retornos elevados, mas não compreendem os cenários de perda ou as limitações de ganho.

Uma analogia útil é pensar nos COEs como um jantar em um restaurante com menu fixo: você sabe o que será servido e pode desfrutar de pratos sofisticados, mas não pode alterar os ingredientes ou sair antes do fim da refeição.

Assim, os COEs exigem paciência e clareza sobre as condições do “cardápio” financeiro.

Exemplos práticos de COEs

Para ilustrar, considere o seguinte exemplo fictício: COE Valorização Ibovespa.

Um investidor aplica R$ 10.000 em um COE com prazo de 3 anos, proteção total de capital e atrelado ao índice Ibovespa.

O contrato estípula que, se o Ibovespa subir, o investidor recebe 120% da valorização; se cair, recebe os R$ 10.000 de volta.

Suponha que, no vencimento, o Ibovespa tenha subido 25%. O retorno seria 120% de 25%, ou seja, 30%, equivalente a R$ 3.000.

O investidor resgata R$ 13.000, menos impostos.

Outro exemplo é o COE Global Tech, atrelado a um índice de empresas de tecnologia, como o Nasdaq 100, com proteção parcial de 80% do capital e prazo de 4 anos.

Um investidor aplica R$ 20.000, e o contrato promete 150% da valorização do índice, com teto de 40%.

Se o Nasdaq subir 50%, o retorno é limitado a 40%, ou seja, R$ 8.000. Se o índice cair 30%, o investidor perde 20% do capital (acima da proteção de 80%), resgatando R$ 16.000.

Esses exemplos mostram como os cenários variam conforme a estrutura do COE.

Ambos os casos destacam a importância de ler o DIE e alinhar o COE ao perfil de risco.

Pergunta-se: você estaria disposto a abrir mão de liquidez por um produto que promete proteção e potencial de ganho?

A resposta depende de seus objetivos financeiros e tolerância a riscos.

ExemploAtivo SubjacenteProteçãoPrazoRetorno MáximoRisco de Perda
COE Valorização IbovespaÍndice IbovespaTotal3 anos120% da valorizaçãoNenhum (capital protegido)
COE Global TechNasdaq 100Parcial (80%)4 anos40% (teto)Até 20% do capital

Dúvidas frequentes sobre Certificados de Operações Estruturadas

Muitos investidores hesitam em relação aos COEs devido a dúvidas sobre sua mecânica e riscos.

Abaixo, compilamos as perguntas mais comuns em uma tabela clara e informativa, com respostas baseadas em informações regulatórias e práticas de mercado.

PerguntaResposta
Os COEs são seguros?São regulados pela CVM, mas têm risco de crédito do emissor e não contam com FGC.
Posso resgatar meu dinheiro antes do vencimento?Geralmente, não. A liquidez é limitada, e o resgate antecipado depende do emissor.
Qual é o investimento mínimo?Varia por emissor, mas geralmente começa em R$ 5.000.
Os COEs são indicados para iniciantes?Podem ser, desde que o investidor entenda a estrutura e tenha paciência.
Como é a tributação?Segue a tabela regressiva de IR, com alíquotas de 22,5% a 15%.

Por que considerar os COEs na sua estratégia?

Em um cenário de juros altos e volatilidade nos mercados, os Certificados de Operações Estruturadas oferecem uma alternativa para quem busca diversificação sem abrir mão de certa previsibilidade.

Eles permitem exposição a ativos globais, como índices estrangeiros ou commodities, que seriam difíceis de acessar diretamente.

Além disso, a possibilidade de proteção de capital atrai investidores conservadores que desejam experimentar a renda variável.

Por outro lado, é essencial ponderar os custos implícitos, como taxas embutidas na estruturação do COE, e a falta de liquidez.

Investidores mais experientes podem preferir montar suas próprias estratégias com derivativos, mas para a maioria, os COEs simplificam esse processo.

Assim, eles são particularmente úteis para quem deseja um “atalho” para mercados complexos, com riscos previamente mapeados.

Em conclusão, os COEs são ferramentas poderosas, mas exigem estudo e alinhamento com os objetivos financeiros.

Como em qualquer investimento, o conhecimento é a chave para evitar surpresas.

Ao considerar os Certificados de Operações Estruturadas, avalie o emissor, leia o DIE e pergunte-se: esse produto atende às minhas expectativas de retorno e segurança?

Com a resposta em mãos, você estará mais preparado para decidir.

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