Efeito Manada: O Que é, Quais os Riscos e Como Evitar?

O comportamento coletivo é fascinante e, por vezes, enganoso no mundo das finanças.

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O “efeito manada”, termo amplamente utilizado em psicologia comportamental e finanças, descreve a tendência das pessoas de seguirem decisões de outras, sem uma análise crítica ou avaliação própria dos fatos.

Ao entender o “efeito manada”, investidores podem evitar armadilhas perigosas, tomar decisões mais informadas e mitigar riscos que afetam sua carteira e a rentabilidade de longo prazo.

Neste texto, discutiremos a essência desse fenômeno, seus riscos no mercado financeiro e formas práticas de evitá-lo.

O que é o efeito manada?

O efeito manada acontece quando indivíduos, geralmente movidos pela pressão social ou pela falta de conhecimento, tomam decisões de investimento baseados nas ações de um grupo maior, ao invés de agirem por conta própria.

Este fenômeno é amplamente estudado nas ciências comportamentais e reflete o quanto as decisões de um grupo influenciam nossas próprias escolhas, mesmo que essas decisões não estejam fundamentadas em análises lógicas ou de valor.

No mercado financeiro, o efeito manada é especialmente perigoso, pois pode levar a flutuações dramáticas nos preços dos ativos e causar bolhas especulativas ou até mesmo quedas bruscas.

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Como exemplo, pense na explosão das criptomoedas em 2017, onde inúmeros investidores inexperientes compraram ativos digitais após ouvirem notícias sobre os altos retornos obtidos por outros.

Segundo dados de uma pesquisa da Universidade de Cambridge, até o fim daquele ano, o número de usuários de carteiras digitais havia triplicado globalmente.

No entanto, grande parte desses investidores entraram no mercado apenas porque “todos estavam fazendo o mesmo”, sem considerar a alta volatilidade e os riscos envolvidos.

Quais são os riscos do efeito manada?

O efeito manada pode levar investidores a fazerem escolhas impulsivas e mal informadas, muitas vezes seguindo movimentos de alta ou baixa dos mercados que não refletem os fundamentos reais dos ativos envolvidos.

Entre os riscos mais evidentes estão:

Aumento da Volatilidade do Mercado:

Movimentos de massa em investimentos podem gerar altas e quedas abruptas no valor dos ativos.

Quando grandes grupos de investidores seguem uma mesma direção, a pressão de compra ou venda pode criar flutuações temporárias nos preços, desconectando-os dos valores reais dos ativos.

Bolhas e Crashes Financeiros:

A bolha das pontocom na virada do século é um exemplo clássico de efeito manada.

Na época, investidores entraram em startups de tecnologia em massa, com base no potencial de crescimento futuro, sem uma análise criteriosa de viabilidade.

Quando a bolha estourou, em 2000, as perdas foram enormes, com o índice Nasdaq caindo quase 78% entre 2000 e 2002.

Perdas Patrimoniais:

Seguir o efeito manada pode ser particularmente perigoso para investidores de perfil conservador ou moderado, que tendem a preservar patrimônio em ativos de baixo risco.

Quando investem em ativos voláteis apenas porque a “manada” o faz, esses investidores podem sofrer perdas significativas em momentos de queda de mercado.

    RiscoDescrição
    VolatilidadeAumento de flutuações de preço, levando a distorções temporárias no valor de mercado.
    Bolhas e CrashesElevações irracionais de preços seguidas por quedas drásticas, como observado na bolha das pontocom.
    Perdas PatrimoniaisInvestidores conservadores perdem valor ao entrar em ativos de risco apenas por pressão de grupo.

    Como evitar o efeito manada?

    A tomada de decisões baseada no efeito manada pode ser evitada com algumas práticas simples, mas exigentes.

    Manter a disciplina e confiar em uma estratégia de investimento pessoal são chaves para evitar erros cometidos por impulso e pressão social.

    #Educação Financeira e Pesquisa:

    Antes de investir, é fundamental que cada investidor entenda o ativo que está adquirindo. Isso envolve estudar o histórico da empresa, as projeções futuras e os riscos associados.

    Como Warren Buffett, uma vez mencionou: “Risco vem de você não saber o que está fazendo”.

    Investir com base em fatos e dados reais diminui as chances de ser influenciado pela pressão de grupo.

    #Diversificação de Carteira:

    Uma carteira diversificada é a melhor maneira de reduzir riscos.

    Quando o investidor aposta em diferentes setores e classes de ativos, ele mitiga as perdas de qualquer ativo específico, reduzindo o impacto de uma queda provocada pelo efeito manada.

    + A importância da diversificação de investimentos em tempos voláteis

    #Estabeleça Objetivos e Limites:

    Ter clareza sobre seus objetivos financeiros evita que você tome decisões por impulso. Isso significa definir metas de retorno, prazos e limites de perda.

    Ter limites claros, como um stop loss, é essencial para evitar perdas catastróficas em situações de bolha ou crash.

    #Evite o Excesso de Notícias e Redes Sociais:

    As redes sociais e os canais de notícias podem criar uma sensação de urgência e ansiedade.

    Embora seja importante manter-se informado, exagerar no consumo de notícias pode levar o investidor a agir por impulso.

      Estudo de caso: efeito manada na crise de 2008

      A crise financeira de 2008 é um exemplo perfeito do efeito manada em larga escala.

      Muitos investidores compraram ativos relacionados ao mercado imobiliário dos EUA, confiando em uma tendência de alta constante.

      Esse comportamento foi incentivado por bancos e instituições financeiras que, por sua vez, seguiam o comportamento do mercado.

      Quando o mercado imobiliário começou a desmoronar, o efeito manada contribuiu para uma venda em massa de ativos, agravando a crise e culminando em uma recessão global.

      Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica dos EUA, a crise eliminou quase $14 trilhões em patrimônio familiar, com impactos que duraram anos.

      O papel das fintechs na mitigação desse efeito

      Com o avanço da tecnologia financeira, fintechs estão cada vez mais acessíveis, permitindo que investidores utilizem plataformas digitais com dados e análises de alta qualidade.

      Aplicativos de investimentos, como o Robinhood e o Nubank, democratizam o acesso ao mercado financeiro, ao oferecer ferramentas de pesquisa e análises que ajudam a reduzir a influência do efeito manada.

      Ainda assim, é essencial que os usuários dessas plataformas pratiquem a responsabilidade pessoal e desenvolvam conhecimento financeiro para evitar decisões precipitadas.

      Conclusão

      O efeito manada é um fenômeno comum e compreensível no comportamento humano, mas que pode ser prejudicial no mercado financeiro.

      Investir com base em tendências de massa sem análise crítica é uma receita para a volatilidade e a instabilidade patrimonial.

      Portanto, a prevenção do efeito manada exige uma abordagem disciplinada, informada e diversificada.

      Em tempos de incerteza, a educação financeira e o compromisso com uma estratégia bem definida são fundamentais para evitar o comportamento impulsivo.

      Seja por meio de diversificação, pesquisa ou ferramentas de monitoramento, o objetivo do investidor deve ser sempre tomar decisões fundamentadas e evitar pressões que podem levar a consequências indesejadas.

      A frase de Benjamin Graham, mentor de Warren Buffett, resume bem essa ideia: “O mercado é um pêndulo que oscila eternamente entre o otimismo insustentável e o pessimismo injustificado”.

      No final, cabe ao investidor decidir se vai seguir o pêndulo ou permanecer no centro, com uma estratégia sólida e um olhar analítico.

      Evitar o efeito manada não é tarefa fácil, especialmente em um mercado em constante evolução, mas é essencial para quem deseja construir uma carteira estável e alcançar a independência financeira.

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